Damião Ramos Cavalcanti

Enquanto poeta morrer, a poesia haverá de viver

Textos

MORREU CAIXA D'ÁGUA

Damião Cavalcanti

Morreu um poeta,
Choraram os versos,
Sorriram as mágoas...
Os sinos repetem:
Morreu Caixa d’Água.
Poesia ambulante,
Poeta das ruas,
Dos bares amante.
Paletó sempre branco
De sol à lua,
Nas madrugadas,
Já enfadado,
Confessava à Musa
Seu verso criado:
“Minha mãe se abruma”.
Morreu Caixa d’Água.


POST SCRIPTUM: Manuel Caixa d’Água, um visionário poeta popular,
trajando seu terno branco, enchia as ruas da velha João Pessoa. Carregava a maleta,
sua biblioteca, que guardava seus versos, dos quais repetia: “Minha mãe se abruma”.
O que é “se abruma”, Caixa d’Água ? Com transcendência poética respondia:
Coisa de mãe... Morreu Caixa d’Água.
Damião Ramos Cavalcanti
Enviado por Damião Ramos Cavalcanti em 06/03/2010
Alterado em 06/03/2010


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